em “Psicologia de Comunidade, Promoção do Bem-estar e Mudança Social”,
na Universidade de Pádua, Itália. O meu interesse pelo Brasil nasceu
muito antes de conhecer o programa de intercâmbio e me foi transmitido
principalmente por meu pai, desde a infância, porque ele é um amante da
música brasileira. Quando uma colega e amiga me disse que iria fazer seu
projeto de estágio em uma cidade da Bahia, chamada Juazeiro, todos os
meus cinco sentidos vieram à tona. Eu pedi o contato do coordenador do
Programa de Pesquisa e Intercâmbio Intereurisland, o professor Nicola Andrian, e organizei uma videochamada com ele para que me explicasse tudo a respeito.
Consegui uma bolsa para a mobilidade através do programa ULISSE[1],
da Universidade de Pádua que oferece apoio financeiro para intercâmbio
com universidade fora da Europa. O período de mobilidade para o estado
da Bahia foi planejado para durar 4 meses no total, minha chegada em
Juazeiro foi em 24 de agosto e minha partida em 24 de dezembro de 2022.
Além de conhecer o Programa de Mestrado em Educação, Cultura e
Territórios Semiáridos (PPGESA) e o Departamento de Ciências Humanas,
DCH, Campus III, as duas primeiras semanas foram dedicadas a visitas de
conhecimento às instituições da comunidade onde poderíamos realizar o
estágio. Foi realmente um batizado eficaz para conhecer uma parte da
realidade na qual iríamos morar durante os meses seguintes.
Pessoalmente, eu tinha uma espécie de imprinting com a
Pastoral da Mulher, em Juazeiro, que é especializada em dar apoio e
ajuda a mulheres na prostituição. Já em minha formação na Itália, eu
havia sido informada sobre as instituições colaboradoras através de
relatórios e vídeos das atividades que a equipe dos anos anteriores
havia realizado lá, mas no momento em que lá cheguei, eu disse a mim
mesma: “Este é o lugar onde quero estar”.
Nossa contribuição dentro das instituições se fundamenta nos pilares
pedagógicos e práticos da Aprendizagem Solidária, uma contribuição para a
comunidade que ao mesmo tempo conta com a formação pessoal e
profissional de nós estudantes. Para mim, o propósito do projeto
permaneceu muito claro ao longo de todo o percurso e fui capaz de
desenvolvê-lo para o meu trabalho futuro como psicóloga. O clima de
equipe que encontrei na Pastoral da Mulher foi idílico, houve a
participação unânime de todas as profissionais e o diálogo contínuo
através das reuniões de equipe que se realizavam uma vez por semana.
Outro aspecto que foi muito importante para minha formação foi a
participação em cursos universitários do PPGESA, DCH III, UNEB, entre os
quais: ‘Educação em Territórios Semiáridos’ e ‘Relações Interpessoais e
Dinâmicas de Grupo. Estas foram duas disciplinas que puderam, de
diferentes maneiras, me ensinar novas noções, conhecimentos e métodos de
comunicação muito úteis para minha área de estudo.
Territórios Semiáridos’ e ‘Relações Interpessoais e Dinâmicas de
Grupo. Estas foram duas disciplinas que puderam, de diferentes maneiras,
me ensinar novas noções, conhecimentos e métodos de comunicação muito
úteis para minha área de estudo.
O único ponto crítico que gostaria de mencionar aqui é a questão do
tempo, pois 4 meses do programa é um tempo muito curto para poder
desenvolver tudo o que precisaria fazer, já que pelo menos durante um
mês e meio a gente passa por uma fase de aclimatação devido à diferença
de idioma e cultura em que estamos imersos.
Sobre esta experiência, vou basear meu relatório final de graduação,
com enfoque na abordagem holística do cuidado e apoio pessoal, dando
como exemplos as práticas holísticas utilizadas na Pastoral da Mulher
com as mulheres. Esta abordagem foi esclarecedora ao ver o corpo e a
mente como um conjunto inseparável e continuamente influenciado de forma
bidirecional.
Equipe Pastoral da Mulher, Juazeiro-BA. Fonte: arquivo fotográfico da pesquisa |
Chiara Pirani
Estudante intercambista, Curso ‘Magistrale’ em Psicologia da comunidade, da npromoção do bem-estar e da mudança social, da Universidade de Pádua (UNIPD), Itália.
[1]
A Universidade de Pádua promove a mobilidade estudantil para países não
europeus no âmbito de acordos de mobilidade assinados com universidades
selecionadas. O novo Programa Ulisse permite que os alunos façam um
estudo, uma pesquisa de tese ou um período de estágio no exterior em
universidades parceiras de quatro continentes diferentes (Europa,
Américas, Ásia, Austrália).
O reconhecimento das atividades
desenvolvidas no estrangeiro é assegurado pelo Learning Agreement. Deve
assinar o Learning Agreement antes da sua partida e mantê-lo atualizado
durante o período de mobilidade.
Fonte: https://www.unipd.it/en/ulisse, Acesso em 31/03/2023.